Almada, seis e meia da tarde.
O sol pôs-se e a temperatura aumentou enquanto os professores afluíam ao plenário realizado pelo SPGL na Escola Secundária Romeu Correia.
À medida que se entrava na sala, notava-se a vontade dos professores em obter respostas, e os olhos perscrutavam à procura de quem as pudesse dar. A sala estava composta, e 50 a 60 pessoas aguardavam pacientemente.
A primeira parte foi técnica, teórica e instrumental, direta e direcionada para o tema dos concursos. A plateia ansiava pela chegada das perguntas sobre a sua situação pessoal e relatos na terceira pessoa. Foram colocadas pelos professores presentes questões sobre prioridades do concurso, em virtude das implicações de horários zero e a mobilidade. Outros quiseram saber se procurando ser quadro de agrupamento, estando bem enquanto qzp, não seria um contrassenso.
Uma professora, que se encontra em situação de requalificação pelo Ministério da Segurança Social, pretendeu saber como teria de fazer neste concurso em virtude de não haver definição de quem ou como seria contabilizado e reconhecido o tempo de serviço dos professores nesta situação.
Outra colega relatou a situação de um professor contratado que, com 20 anos de serviço, poderá ficar sem colocação porque não é abrangido pela norma travão, já que neste ano letivo entrou a 1 de setembro, num horário incompleto de 20 horas, tendo o mesmo sido completado a 10 de setembro.
Um outro colega, ainda, pretendeu saber como se iriam proceder as opções sobre mudança de qzp ou mudança de grupo de recrutamento, tendo-lhe sido respondido que só pode ser opositor a uma prioridade/opção em cada momento.
Foi ainda perguntado por uma contratada como se contabilizavam os anos para a aplicação da norma travão.
A todas estas questões, foram dadas respostas dentro dos normativos legais, sempre ressalvando que as opções no concurso são do foro individual, e que, como tal, são da responsabilidade de cada um.
Fiquei com a ideia que o plenário poderia ter sido conduzido para uma mobilização dos professores para a luta sindical, pois as dúvidas colocadas diziam respeito ao futuro da vida dos professores, e o centrar tudo numa “quasi” análise técnica e jurídica dos concursos soube a pouco, e houve pouco espaço para refletir sobre o impacto futuro destes concursos, especialmente ao nível da mobilização dos contratados.